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Não penses nisso


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sexta-feira, junho 22, 2007

... parte I




««Nasci na Nova Inglaterra e creio que é lá o meu lugar. Um tipo não se pode tornar europeu da noite para o dia. Há qualquer coisa no nosso sangue que nos torna diferentes. É o clima... e tudo. Vemos as coisas com olhos diferentes. Não nos podemos fazer de novo modificar, por muito que admiremos os Franceses. Somos americanos e temos de continuar americanos. É verdade que detesto aqueles gajos puritanos da nossa terra ... detesto-os com todas as minhas veras. Mas eu próprio sou um deles. Não pertenço aqui. Estou farto disto.»»


E continuou a falar no mesmo tom ao longo de toda a arcada. Por mim, não disse palavra, deixei-o desabafar. Fazia-lhe bem tirar esse peso do peito. No entanto, não pude deixar de pensar que, se fosse um ano atrás, aquele mesmo tipo estaria a bater no peito como um gorila e a exclamar: ««Que dia maravilhoso! Que país! Que gente!»» E se aparecesse um americano e lhe dissesse uma palavra contra a França, Fillmore ter-lhe-ia esborrachado o nariz. Teria morrido pela França, havia um ano. Nunca vira um homem tão apaixonado por um país, tão feliz sob um céu estrangeiro. Não era natural. Quando dizia França, queria dizer vinho, mulheres e dinheiro no bolso, dinheiro para gastar. Queria dizer ser um tunante, estar de férias. Mas depois de se ter divertido, quando o telhado da tenda voou e pôde ver bem o céu, compreendeu que não se tratava exactamente de um circo, mas de uma arena, como em toda a parte. E uma arena muito sinistra.

Muitas vezes, quando o ouvia delirar acerca da França gloriosa, da liberdade e de toda essa treta, perguntara a mim mesmo o que pensaria um trabalhador francês se compreendesse as palavras de Fillmore. Não admira que nos julgassem todos doidos. Nós somos doidos, para eles. Não passamos de um bando de garotos. De idiotas senis. Aquilo a que chamamos vida é um romance barato, de cordel. Debaixo da superfície, que é aquele entusiasmo? Que é aquele optimismo barato que dá a volta ao estômago de qualquer europeu comum? É Ilusão. Não, ilusão é uma palavra demasiado boa para o exprimir. Ilusão significa alguma coisa. Não se trata disso... trata-se de delusão. Pura delusão , é o que é. Somos uma manada de cavalos selvagens com antolhos. Excitados. Num estouro. Lançando-nos num precipício. Pumba! Tudo quanto alimente a violência e a confusão. Para a frente! Para a frente! Seja para onde for. E sempre a espumar pela boca. E a gritar Aleluia! Aleluia! E porquê? Sabe Deus. Está no sangue. É o clima. É uma quantidade de coisas. É o fim, também. Deitamos o mundo inteiro abaixo, à nossa volta. Não sabemos porquê. É o nosso destino. O resto é merda, merda pura e simples....


(Continua...)
 #  escrito por andre @ 3:20 da tarde ler tudo

Pensamentos do dia:

para os que pensaram que eu me devia dedicar à escrita tenho algo a dizer.
Isto nao é meu :D
adivinhem lá quem é :P
pago um fino a quem adivinhar  
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não ouças esta cena


   

não penses nesta palavra


alalia


do Gr. a, priv. + lalia, fala

s. f., Med.,
paralisia dos órgãos da fala;
mutismo acidental.


não penses nesta letra


Hereditário - Sam the kid


Não sei se sou um plano ou um acidente com tesão,
Originado com paixão ou com sexo pós discussão,
Na raiz urbanizada na calçada e no alcatrão,
Não te esqueças de onde vens ou és esquecido então,
Eu só ponho uma questão, qual é a razão da minha origem,
Não te fies na virgem, porque elas fingem e não dizem,
E caso case ainda te acusam do que trazem,
O ladrão da paz e harmonia fácil empatia,
Com a máxima ironia, omitindo medos,
Paredes têm ouvidos construídos para segredos,
Quando é que tu desabafas?
Depois de 3 garrafas de vinho, ou 20 palavras que eu não adivinho,
Enquanto a dor ecoa, habituado a que ela doa,
Porque quem amamos mais é quem nos mais magoa,
Ah! Amar e amar, há ir e nunca mais voltar,
Ao lar doce lar até que a morte ou uma traição separe,
Mentiras omitidas é estranho é quando ocultam cenas,
A paz é singular ou há discussões às dezenas,
Sem qualquer motivo o final nunca é conclusivo,
Apenas um alivio assinado num livro, de onde eu derivo,
Agora mais vivo, tornei-me no que eu sou,
Dou e recebo e se eu bebo bué é porque saio ao meu
avô,
É hereditário fluxo sanguinário que se transmite,
Ele sai a quem, feio ou bonito podes dar um palpite que eu não me irrito,
Espaços da casa não ocupados trazem saudades e pensar nisso é que eu evito,
Eu divido o tempo, na TV noutro evento,
Para não pensar em ti e fazer passar a dor como um
dente,

E toda a gente pergunta, a quem é que ele sai? A quem ele sai?
Sou má goela porque eu saiu ao meu pai,
E toda a gente pergunta, ele sai a quem? Sai a quem?
Se acordo tarde é porque eu saiu à minha mãe,

Mas ta-se bem não há beef nunca houve desde novo,
Sem confirmação na comunicação e sem interesse,
Na certeza do amor, com a ausência da razão que eu
desconheço,
Não me convence,
Menciono o plano, de ter o nono ano,
E eu bano o resto eu manifesto-me através do som,
Converso em verso comigo e com o beat,
Com pitt no cubículo onde fico horas sem pressas e sem demoras eu,
Pareço um ótario operário no meu endereço,
A preço ofereço um corpo solitário preso,
Em posse duma trombose,
Super avozinha fodeu a minha Susana tu chama os bombeiros,
Mas a vida não para e avança como ponteiros,
Eu contei os anos inteiros até à mudança,
Tolerância cancelada e descansa enfermeiros,
E os primeiros pensamentos são de assumir uma herança,
Em criança numa casa portuguesa com certeza,
Manca-me debaixo da mesa com a mão presa à cabeça,
A pensar que não aconteça e valesse a pena a batalha,
E eu quebro a cena, tal pai tal filho, tal pai tal falha,
Não conheço um posto para fazer um juízo,
Porque isto nunca foi penoso isto é o meu paraíso,
E eu economizo ao comunicar isto em concreto,
E eu fico indeciso se eu quero ficar vazio ou completo,
A mim não me compete fazer a escolha,
Só escolho fragmentos de momentos duma recolha,
De sentimentos, e eu sento e minto se eu disser que não sinto a tua falta,
Sinto a ausência duma falta de paciência que te exalta,
Ou exaltava, porque agora silêncio é despertador,
Que desperta humor desperta a dor em mim que eu....





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